domingo, 20 de junho de 2010

214 - Jardim Botânico de São Paulo

No final do século passado, a área do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga era uma vasta região com mata nativa, ocupada por sitiantes e chacareiros. Por ordem do governo as desapropriações na área vinham ocorrendo desde 1893 visando a recuperação da floresta, a utilização dos recursos hídricos e a preservação das nascentes do Riacho do Ipiranga.
Em 1917 a região tornou-se propriedade do Governo, passando a denominar-se Parque do Estado.Até 1928 serviu para captação de águas, que abastecia o bairro do Ipiranga.Neste mesmo ano o naturalista Frederico Carlos Hoehne foi convidado para implantar um Horto Botânico na região.
O Jardim Botânico de São Paulo foi oficializado em 1938 com a criação do Departamento de Botânica, na época órgão da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Em 1969 o Parque do Estado, onde o Instituto de Botânica está localizado, passou a denominar-se Parque Estadual das Fontes do Ipiranga



213 - Primeira Faculdade do Brasil

Faculdade de Medicina da UFBA foi fundada pela corte portuguesa. O primeiro curso de Medicina no Brasil foi criado em Salvador, no dia 18 de fevereiro de 1808, sob a denominação de Colégio de Cirurgia. Funcionou inicialmente no Hospital Real Militar, com apenas 2
professores: José Soares de Castro e Manoel José Estrela, os quais não 
recebiam qualquer remuneração pelo ofício.








212 - JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO


Um verdadeiro santuário ecológico. Assim pode ser definido o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um dos dez mais importantes do gênero no mundo, que além de abrigar as mais raras espécies de plantas da flora brasileira e de outros países, é uma ótima opção de lazer para crianças e adultos e um deleite para aqueles que querem contemplar a natureza.
Um passeio pelas alamedas do parque, onde animais silvestres fazem parte do cenário ao som da melodia do canto de curiós e sabiás que habitam o lugar, deixam o público fascinado. A exuberância da natureza toma conta do visitante que, deslumbrado pelo colorido e a variedade da flora, captura imagens de todos os cantos, imagens que ficarão registradas na memória e na alma. Entre os cerca de 8200 exemplares da coleção viva do jardim, as atrações ficam por conta de palmeiras imperiais e espécies em extinção, como o pau-brasil, o aracá amarelo e o pau mulato, os canteiros medicinais e os jardins japonenes, sensorial e rotário. O orquidário, é um espetáculo à parte. Seus três mil exemplares de 600 espécies diferentes deixam qualquer um sensibilizado pela sua rara beleza. Desde 1996, o joalheiro Antônio Bernardo adotou a coleção, assumindo a responsabilidade pela recuperação e manutenção das plantas. Outras atrações são o bromeliário, com cerca de 1700 bromélias de diversas formações, o violetário, a estufa das plantas insetíforas - que capturam e digerem insetos, a coleção dos cactos, considerada uma das maiores do Brasil e a coleção de plantas medicinais. Uma parada obrigatória é a visitação aos seis lagos do Jardim, que abrigam belíssimas espécies de vitórias régia, lótus, papirus e água-pé. Entre eles, o Lago do Frei Leandro, que ganhou um projeto paisagístico e está totalmente recuperado.
Garças, bem-te-vis e borboletas que sobrevoam essa enorme área verde fazem a alegria das crianças. Em contato mais próximo com a terra, elas têm o privilégio de conhecer as mais diversas espécies de plantas e sentir seus diferentes aromas e texturas. As grandes folhas redondas e carnosas da vitória-régia chamam a atenção da garotada, que aprende a respeitar e amar a natureza desde cedo. Os pequeninos podem andar descalços e ainda brincar num parquinho ao ar livre, especialmente dedicado a eles, com banheiro infantil, areia limpinha e um quiosque com cardápio próprio para crianças. Enquanto a turminha se diverte na casinha de madeira, no escorrega, na gangorra e no balanço, os adultos podem degustar os quitutes que a lanchonete oferece e, depois, dar uma passadinha na livraria ou se deliciar com os brownies oferecidos pela cafeteria. Um programa imperdível com total conforto e segurança.
Em perfeita harmonia com o parque, um rico patrimônio histórico e cultural marca presença no Jardim. Edificações históricas e monumentos com obras que datam dos séculos XVI ao XIX contam um pouco da história da região. Lá se encontra a antiga Fábrica de Pólvora construída por D. João VI, a Casa dos Pilões, a Casa dos Cedros, o antigo portal da Academia de Belas Artes e o Solar da Imperatriz. Este último, em 2001, após ser restaurado, ganhou a Escola Nacional de Botânica Tropical - a primeira no gênero na América Latina.
Fundado em 13 de junho de 1808 por D. João VI, príncipe regente na época, o Jardim Botânico foi criado com o objetivo de aclimatar as especiarias vindas das Índias Orientais. As primeiras plantas que chegaram, vieram das ilhas Maurício, do jardim La Plampemousse, oferecidas a D.João, por Luiz de Abreu Vieira e Silva. Entre elas estava a Palma Mater, uma das palmeiras imperiais mais antigas do Jardim.
Ao longo de quase dois séculos de existência, já recebeu os nomes de Real Horto, Real Jardim Botânico, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e, em 1996, virou Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pela sua importância histórica, cultural, científica e paisagista, ele também foi reconhecido internacionalmente como um Museu Vivo na área da Botânica e definido pela Unesco como uma das reservas da biosfera. Nos seus 194 anos de vida é um exemplo de continuidade no que diz respeito à sua missão, como área voltada para a pesquisa botânica, e conservação das coleções.
Endereço: Rua Jardim Botânico, 920 (pedestres/pedestrians)e 1008 (veículos/cars)- Jardim Botânico/ Jardim Botanico District


211 - ABERTURA DOS PORTOS ÀS NAÇÕES AMIGAS - 1808 (documento)

"Conde da Ponte, do meu Conselho, Governador e Capitão-General da Capitania da Bahia, Amigo.

Eu, o Príncipe-Regente, vos envio muito saudar, como àquele que amo. Atendendo à representação que fizestes subir à minha Real presença, sobre se achar interrompido e suspenso o comércio desta Capitania, com grave prejuízo de meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma providência pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos: sou servido ordenar interina e provisoriamente, enquanto não consolido um sistema geral, que efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte: Primo: Que sejam admissivéis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias, transportadas ou em navios estrangeiros das potências que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa, ou em navios dos meus vassalos, pagando por entrada 24 por cento; a saber, 20 de direitos grosso, e 4 do donativo já estabelecido, regulando-se a cobrança destes direitos pelas pautas ou aforamentos, por que até o presente se regulam cada uma das ditas Alfândegas, ficando os vinhos, águas ardentes e azeites doces, que se denominam molhados, pagando o dobro dos direitos que até agora nela se satisfaziam. Secundo: Que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros, possam exportar para os portos que bem lhe parecer, a benefício do comércio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer gêneros e produções coloniais, à exceção do pau-brasil ou outros notoriamente estancados, pagando por saída os mesmos direitos já estabelecidos nas respectivas Capitanias, ficando entretanto como em suspenso e sem vigor todas as leis, cartas-régias ou outras ordens, que até aqui proibiam neste Estado do Brasil o recíproco comércio e navegação entre os meus vassalos e estrangeiros. O que tudo assim fareis executar com o zelo e atividade que de vós espero.

"Escrita na Bahia, aos 28 de janeiro de 1808.

Príncipe"


210 - Os americanos e as armas

209 - Como fazer um fichamento

O fichamento é uma forma de investigação que se caracteriza pelo ato de fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. Para isso, é preciso usar fichas que facilitam a documentação e preparam a execução do trabalho. Não só, mas é também uma forma de estudar / assimilar criticamente os melhores texto / temas de sua formação acadêmico-profissional.

     Um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:

1.   Indicação bibliográfica – mostrando a fonte da leitura.
2.   Resumo – sintetizando o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na introdução pode fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa).
3.   Citações – apresentando as transcrições significativas da obra.
4.   Comentários – expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não em outros autores e outras obras.
5.   Ideação – colocando em destaque as novas idéias que surgiram durante a leitura reflexiva.

208 - Como fazer uma resenha

A resenha é sempre bastante confundida com o bom e velho resumo, mas diferente dele, ela deve apresentar uma visão crítica do leitor. Ou seja, resume-se o trabalho preservando a ideia e as citações do autor mas coloca-se, na resenha, sua voz crítica e o seu entendimento de maneiras claras.
A resenha por si só é um trabalho que precisa ser claro, dinâmico e fidedigno com relação às informações. A resenha é um trabalho minucioso que requer atenção e cuidado para não ser um resumo.

Elabore sua resenha a partir dos seguintes passos:
1. Leitura da obra.
2. Elaboração de um resumo primário que contenha as ideias principais da obra ou texto cientifico.
3. Construção do texto final com sua visão crítica.
A resenha precisa ser pautada com três tópicos:
1. Cabeçalho (título do texto, autor, local e data).
2. A resenha (Introdução, desenvolvimento do texto, conclusão com visão crítica).
3. Bibliografia.

Feita dessa forma sua resenha poderá ser utilizada em momentos importantes como pautas de reuniões e discussões dinâmicas. Arquive suas resenhas preferencialmente em um computador já que são trabalhos mais extensos.

207 - Como fazer um resumo de texto ou uma obra

O resumo tem por objetivo apresentar ideias de maneira concisa e mais objetiva do que o texto ou obra originais.
Sua elaboração requer atenção e boa dose se percepção das mensagens importantes. O resumo deve recontar as opiniões e ideias do autor da obra resumida, sem a opinião ou visão crítica de quem o resume.

Existem dois tipos de resumo:
Indicativo (apenas indica principais tópicos de determinado texto ou obra)
Informativo (informa características de determinado texto ou obra)

Para que você faça um resumo com segurança, siga esses passos:
1. Leia atentamente o texto e assinale as ideias que você julga principais.
2. Releia o texto por parágrafos e assinale as palavras chaves dos
mesmos.
3. Resuma baseado nas palavras-chaves parágrafo por parágrafo.
4. Releia o texto, corrija as informações e gramática.
5. Faça o resumo de todos os parágrafos de maneira coesa e objetiva.
O resumo requer as suas palavras reproduzindo exatamente a opinião e visão de seu autor original, não esqueça!

terça-feira, 8 de junho de 2010

200 - A Contra-reforma

A Contra-Reforma, de modo geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes. Longe de promover mudanças estruturais nas doutrinas e práticas do catolicismo, a Contra-Reforma estabeleceu um conjunto de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica. 

Uma das principais medidas tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes americano e asiático. Utilizando um sistema de rotinas e celebrações religiosas regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas nos territórios coloniais europeus. 

A Inquisição, instaurada pelo 
Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na Contra-Reforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira. 

Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contra-Reforma. No Concílio de Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas.
Concílio de Trento
Assembléias realizadas pela Igreja Católica em Trento, Itália, entre 1545 e 1563, para tentar definir as crenças católicas e refutar os ensinamentos protestantes. Também estabeleceu muitas reformas nas práticas da Igreja. Seus resultados impulsionaram a Contra-Reforma, movimento de renovação da Igreja Católica durante os séc. XVI e XVII. O Papa Paulo III convocou o Concílio em 1542, que só se instalou em 13 de dezembro de 1545. Guerras e disputas religiosas interromperam com freqüência os trabalhos. Durante o primeiro período (1545-1547), o Concílio declarou que as Escrituras e a tradição (as obras dos apóstolos, os decretos de Papas e concílios e os costumes praticados pelos cristãos) eram fontes de mesmo valor na fé católica. Durante o segundo período (1551-1552), o Concílio definiu a natureza dos sete sacramentos e reafirmou a doutrina da transubstanciação (a transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo). No período final (1562-1563), o Concílio defendeu a concessão de indulgências, aprovou as preces a santos e definiu o sacrifício da missa. O Papa Pio IV confirmou todos os decretos do Concílio de Trento em 26 de janeiro de 1564, e eles se tornaram parte da doutrina católica.

199 - A Reforma Anglicana


Henrique VIII (1509-1547), rei da Inglaterra, tinha sido um fiel aliado do papa, recebendo o título de Defensor da Fé. Entretanto, urna série de questões políticas e econômicas o levaram a romper com a Igreja católica e a fundar urna Igreja nacional na Inglaterra, isto é, a Igreja anglicana.

Entre os principais fatores que provocaram a Reforma anglicana, destacam-se os seguintes:

- Fortalecimento da monarquia: a Igreja católica exercia grande influencia política na Inglaterra. Era dona de grande parte das terras e monopolizava o comércio de relíquias sagradas. Para fortalecer o poder da monarquia inglesa, Henrique VIII teria que reduzir a influência do papa dentro da Inglaterra.

- Posse das terras da Igreja: a nobreza capitalista inglesa queria apossar-se das terras e dos bens da Igreja. Para isso era preciso apoiar o rei, a fim de enfraquecer os poderes da Igreja católica.

- Recusa ao pedido de divórcio do rei Henrique VIII: casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique VIII teve com ela uma filha para sucedê-lo no trono. Entretanto o rei estava bastante descontente com seu casamento. Primeiro, devido à origem espanhola de sua esposa, já que a Espanha era inimiga da Inglaterra. Segundo, porque desejava um herdeiro masculino e pretendia casar-se com Ana Bolena. Assim, em 1529 pediu ao papa que anulasse seu matrimônio com Catarina de Aragão, mas seu pedido foi recusado. Apesar disso, Henrique VIII conseguiu que o alto clero 
inglês e oparlamento reconhecessem a validade de suas intenções. Em 1534, o parlamento inglês votou o Ato de Supremacia, pelo qual considerava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Criava-se a nova Igreja anglicana, mas nada foi modificado em termos de doutrina e culto em relação a católica.

Os ingleses, por juramento, deviam submeter-se ao rei da Inglaterra e não ao papa, caso contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça real. Houve pouca resistência, nela incluída a de Tomás Morus, (autor do livro Utopia), que foi decapitado.

Após a fundação da Igreja anglicana, surgiram, com os sucessores de Henrique VIII, urna série de lutas religiosas internas. Primeiro, no governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica. Somente no reinado de Elizabete I (1558-1603) aconteceu a consolidação da Igreja anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina protestante.

O calvinismo conseguiu, entretanto, grande número de adeptos entre a burguesia manufatureira. Foi entre os calvinistas que surgiram os grandes líderes da Revolução Inglesa do século XVII, revolução que rompeu de vez com que restava do sistema feudal na Inglaterra, promoveu o avanço do capitalismo.

198 - João Calvino



"O Senhor teve piedade de mim, sua pobre criatura; (...) Ele me estendeu a Sua misericórdia para anunciar a verdade do Evangelho." Com estas palavras autodefiniu-se o reformador humanista João Calvino, fundador da igreja protestante na França.

De origem humilde, Calvino era filho de um tabelião, secretário do bispo de Noyon. Ingressou no Colégio dos Capeto e depois foi admitido entre os filhos do Senhor de Monmor, compartilhando com eles sua educação.

Em agosto de 1523, iniciou seus estudos na Universidade de Paris, onde aprendeu latim, filosofia e dialética, chegando a distinguir-se como humanista. Encaminhado para a teologia por seu pai, Calvino foi enviado para uma capela da Catedral de Noyon, depois para a paróquia de Marteville.

Com a mudança dos planos paternos, Calvino direcionou-se para o direito. Entre 1528 e 1533, freqüentou as universidades de Orleans e de Bourges. Em 1532, publicou sua primeira obra, "Dois livros sobre a Clemência ao ImperadorNero", em que comentou o pensamento de Sêneca sobre a clemência. Aos poucos, foi-se aproximando das questões morais e religiosas e do pensamento de Lutero, o reformador da Igreja católica na Alemanha.

Em 1533, sua distância em relação ao catolicismo tornou-se pública, com a redação de um discurso contendo matéria religiosa considerada herética. Dois anos depois, concluiu sua obra mais famosa, a "Instituição da Religião Cristã", que lhe rendeu grande prestígio.

Três anos mais tarde, convidado a ensinar teologia, Calvino passou a viver em Genebra, unindo-se ao reformador Guillaume Farel. Uma tentativa malsucedida de implantar os costumes reformados acabou causando celeuma e levando Calvino ao exílio, em 1538.

Mudou-se para Estrasburgo, onde, em agosto de 1540, casou-se com a viúva Idelette de Bure, com quem viveria por nove anos. Com a morte da esposa, Calvino seguiu cuidando dos filhos dela.

Em 1541 retornou a Genebra, onde criou um modelo institucional para a igreja reformada. Publicou as suas "Ordenanças Eclesiásticas" naquele ano. A partir de então, ocupou-se do aprimoramento e da difusão da nova doutrina, expandindo-a para outros centros europeus.

Em seus últimos anos, estava com a saúde debilitada. João Calvino morreu no dia 27 de maio de 1564, após um acesso de hemoptise.

197 - Martinho Lutero


O surgimento dos luteranos está ligado aos inícios da Reforma. A idéia central da Reforma é a convicção de que o ser humano não pode nem tem necessidade de salvar-se por si mesmo. Antes, a salvação é dada em Cristo "unicamente pela graça" e aceita "somente pela fé". Aparentemente simples, esse pensamento, biblicamente fundamentado, originou uma nova compreensão da Igreja, do sacerdócio, dos sacramentos, da espiritualidade, da devoção, da conduta moral (ética), do mundo, incluindo aí a economia, a educação e a política. Há um nome indissoluvelmente ligado a essas idéias: Martinho Lutero!
Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483 em Eisleben, Alemanha. Preocupado com a salvação, o jovem Martinho Lutero decidiu tornar-se monge. Durante seu estudo, sempre o acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?" Lutero foi descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus ninguém precisava castigar-se ou fazer boas obras, mas somente ter fé em Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja naquele momento.
Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e elaborou 95 teses, reunindo o mais importante de sua (re)descoberta teológica, e fixou-as na porta da igreja do castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517. Ele pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo.
Em pouco tempo toda a Alemanha tomou conhecimento do conteúdo dessas teses e elas espalharam-se também pelo resto da Europa. Embora tivesse sido pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas idéias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas idéias atingiram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de impressão de textos em série.
O Movimento da Reforma espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes protestantes escreveram a "Confissão de Augsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais do luteranismo.
Em 1546, no dia 18 de fevereiro, aos 62 anos, Martinho Lutero faleceu. Finalmente, em 1555, o Imperador reconheceu que haviam duas diferentes confissões na Alemanha: a Católica e a Luterana.

196 - Absolutismo Monárquico

ABSOLUTISMO MONÁRQUICO – O poder real, que desde o final da Idade Média vinha se fortalecendo, consolidou-se nos séculos XVI e XVII, constituindo-se o absolutismo, um regime político no qual os poderes estavam concentrados nas mãos dos reis. Os soberanos absolutistas não admitiam nenhum controle no exercício de seu poder e impunham a sua vontade à nação. Mantinham um exército nacional, muitas vezes com soldados mercenários. Tinham o poder de decretar as leis e administravam a justiça. Determinavam os impostos e controlavam a sua cobrança.No Estado absolutista, a nobreza continuava a deter privilégios. Estava isenta do pagamento de impostos e conservava o direito de explorar o trabalho dos camponeses. O rei absolutista mantinha junto de si uma corte numerosa, vivendo luxuosamente, o que contribuía para aumentar os gastos públicos. Para alguns nobres, o rei oferecia altos postos, como os ministérios. Mas como o rei absolutista precisava do apoio econômico da burguesia, a política econômica adotada voltava-se para o fortalecimento do comércio, possibilitando o enriquecimento da burguesia.

A POLÍTICA ECONÔMICA DO ABSOLUTISMO: O MERCANTILISMO – A política econômica adotada pelos governos absolutistas denominou-se mercantilismo, e seu objetivo era tornar o Estado mais rico e poderoso. Essa política atingiu seu apogeu no século XVII, mas algumas de suas características são encontradas ainda no final do século XVIII. Caracterizava-se por:
·         Controle estatal da economia;
·         Acumulação de metais preciosos;
·         Maior exportação e menor importação, para manter uma balança comercial favorável;
·         Protecionismo: ou seja, adoção de uma política que consistia no lançamento de altas tarifas alfandegárias sobre os produtos importados, na tentativa de reduzir as importações e aumentar as exportações e incentivar a produção nacional;
·         Colonialismo: um Estado tanto mais rico seria quanto maior número de colônias possuísse, pois estas abasteceriam a metrópole com os seus produtos e se constituiriam em mercados consumidores dos produtos metropolitanos. 







sexta-feira, 4 de junho de 2010

195 - Carry on my wayward son - Kansas (o bom Rock)





Carry On My Wayward Son

Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more


Once I rose above the noise and confusion
Just to get a glimpse beyond this illusion
I was soaring ever higher
But I flew too high


Though my eyes could see I still was a blind man
Though my mind could think I still was a mad man
I hear the voices when I'm dreaming
I can hear them say


Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more


Masquerading as a man with a reason
My charade is the event of the season
And if I claim to be a wise man, well
It surely means that I don't know


On a stormy sea of moving emotion
Tossed about I'm like a ship on the ocean
I set a course for winds of fortune
But I hear the voices say


Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more, No!


Carry on, you will always remember
Carry on, nothing equals the splendor
Now your life's no longer empty
Surely heaven waits for you


Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry
Don't you cry no more!


No more!



Tradução


[Continue adiante meu filho desobiente]
Continue adiante meu filho desobiente
Haverá paz quando você tiver terminado
Coloque sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais

Uma vez que eu me levantei acima do ruído e da confusão
Para perceber por um instante além desta ilusão
Eu estava voando cada vez mais alto
Mas eu voei muito alto
Embora meus olhos pudessem ver eu era ainda um homem cego
Embora minha mente pudesse pensar eu era ainda um homem louco
Eu ouço as vozes quando eu estou sonhando
Eu posso ouvi-las dizer

Continue adiante meu filho desobiente
Haverá paz quando você tiver terminado
Coloque sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais

Mascarado como um homem com uma razão
Minha charada é o evento da estação
E se eu afirmar ser um homem sábio,
Certamente quer dizer que eu não sei
Em um mar em tempestade de emoção movente
Lançado sou como um navio no oceano
Eu ajustei um curso para ventos da fortuna
Mas eu ouço as vozes dizerem

Continue adiante meu filho desobiente
Haverá paz quando você tiver terminado
Coloque sua cabeça cansada para descansar
Não chore mais

Continue, você se recordará sempre
Continue, nada igual ao esplendor
Agora sua vida não está mais vazia
Certamente o céu espera por você

quarta-feira, 2 de junho de 2010

194 - A Marselhesa (Hino Nacional Francês)

193 - Revolução Francesa



Conceito:

Movimento social e político ocorrido na França no final do século XVIII que teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado democrático que representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos.



Introdução:


A Revolução Francesa é considerada o mais importante acontecimento da história contemporânea. Inspirada pelas idéias iluministas, a sublevação de lema"Liberdade, Igualdade, Fraternidade"ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e ascendendo os valores burgueses. Foi à revolução burguesa, tendo vista a sua condição de destruidora da velha ordem em nome das idéias e valores burgueses e por conta da ideologia burguesa predominante durante praticamente todo processo revolucionário.


A França pré-revolucionária


A sociedade francesa anteriormente à revolução era uma sociedade moldada no Antigo Regime. Ou seja, politicamente o Estado era Absolutista (Absolutismo Monárquico), economicamente predominavam as práticas mercantilistas que sofriam com as constantes intervenções do Estado e na área social predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população francesa era camponesa. Em torno de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses, pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza gerados pelo trabalho dos campesinos em propriedades latifundiárias, ou feudos, dos nobres. Nas áreas urbanas a situação não era muito diferente de quem vivia nas áreas rurais. A população urbana, composta em sua maioria por assalariados de baixa rendadesempregados (excluídos) e pequenos burgueses (profissionais liberais), também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado. Os preços em geral dos produtos sofriam reajustes constantemente e isso pesava na renda dos trabalhadores em geral – urbanos e rurais. Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família Real – a realeza francesa: Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes – vivam em palácios luxuosos – como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era a residência de veraneio da Família Real e da elite – não pagavam impostos, promoviam banquetes – às custas do dinheiro público – em suma: viviam nababescamente (do requinte, da opulência, do luxo, das mordomias,...) face a situação de miséria e pobreza da maioria da população.




A Revolução e suas Fases

No final do século XVIII a situação sócio-econômica da França era de total calamidade. Numa perspectiva de tentar resolver as situações problemas, o Monarca Luis-XVI convocou seu Ministro das finanças Necker, que estava afastado do cargo, para decidir quanto a situação de crise econômica e financeira. Por sugestão de Necker, Luis-XVI convocou, no dia 5 de maio de 1789, a Assembléia dos chamados Estados Gerais que reunia os representantes políticos do 1º. ,  2º. e 3º. Estados os quais não se reuniam desde o século XVII. O 1º. Estado era formado pelo alto clero, o 2º. Estado pela alta nobreza e o 3º. Estado, pelos deputados que representavam a maioria da população (assalariados, camponeses e pequena burguesia) – era o grupo maior, pois continha um número maior de representantes. Observe os Estados Gerais reunidos em 1789, convocados por Luis-XVI:




Na ocasião da convocação e da reunião dos Estados Gerais, depois de abrir a sessão, Luis-XVI deu por aberta as discussões e votações para os problemas que atingiam a sociedade francesa. A questão, porém, centrava-se no sistema de votação dentro da Assembléia. Sobre a questão dos pagam e dos não pagam impostos, por exemplo, o sistema de votação favoreceu ao 1º. e ao 2º. Estados. Como? Como a votação era por Estado e não por indivíduo (individual), cada Estado tinha direito a um só voto. No caso dos impostos, votou-se contra ou a favor do 1º. e do 2º. Estados arcarem com o pagamento de impostos. Resultado: pelo sistema de votação vigente, os dois Estados permaneceram isentos da obrigação do pagamento de impostos, já que totalizou dois votos contra um. Esse modelo de votação gerou revolta por parte dos deputados do 3º. Estado que reagiram prontamente, exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjuntas e não separadamente por Estados. Diante da negação, o 3º. Estado proclama-se em Assembléia Geral Nacional. O Rei, desesperado diante do atrevimento dos representantes populares, manda fechar a sala de reuniões. Mas o 3º. Estado não se deu por vencido e seus deputados se dirigiram para um salão que a nobreza utilizava para jogos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabelecido que permaneceriam reunidos até que a França tivesse uma Constituição. Esse ato ficou conhecido com o nome de “O Juramento do Jogo de Pela”. Os deputados que fundaram a ASSEMBLÉIA NACIONAL nela juraram igualdade jurídica e direitos políticos para todos os homens comuns.
No dia 9 de julho de 1789, reúne-se uma Assembléia Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Constituição para a França. Isso significava que o Rei deixaria de ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por sua vez, apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789, toda a população parisiense avança, num movimento nunca visto, para a Bastilha, a prisão política da época, onde o responsável pela prisão, o carcereiro, foi espancado pela multidão vindo a falecer. Veja a imagem a seguir também parte do imaginário da Queda da Bastilha:



O momento agora é dos camponeses, que percebendo a fraqueza da nobreza, invadem os castelos, executando famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança, de uma raiva acumulada durante séculos. Avançam sobre a propriedade feudal e exigem reformas – sobretudo a Reforma Agrária. A burguesia, na Assembléia, temerosa de que as exigências chegassem também às suas propriedades, propõe que sejam extintas os direitos feudais como única saída para conter o furor revolucionário dos camponeses. A 4 de agosto de 1789, extingue-se aquilo que por muitos séculos significou a opressão sobre os camponeses: as obrigações feudais. Porém, os impostos continuaram altos, o custo de vida pouco se alterou e a França continuava em guerras externas significando despesas altas para o Estado, agora burguês. A burguesia, preocupada em estabelecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar, no dia 26 de agosto do mesmo ano (1789), um documento que se tornou mundialmente famoso: A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Nesse documento a burguesia francesa declarava, entre outras, quem era cidadão e não cidadão esperando que houvesse uma aceitação por parte das classes populares que ainda encontravam-se insatisfeitas com as realizações políticas e sociais daqueles que se diziam seus representantes políticos. Na realidade a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi uma forma de legitimar a  burguesia no poder político do Estado sendo ela a classe dominante, de elite. Portanto, para a burguesia a revolução estava por encerrada uma vez que seus interesses já haviam sido conquistados por ela. Era necessário impedir a radicalização do movimento revolucionário; ou seja, era necessário impedir que a revolução se tornasse popular, o que não interessava à burguesia.


1ª. Fase da Revolução: A Assembléia Nacional Constituinte – 1789-1792


Nesta fase, fundou uma Monarquia Parlamentarista, ou Constitucional. Um dos atos mais importantes da Assembléia foi o confisco dos bens do clero francês, que seriam usados como uma espécie de lastro para os bônus emitidos para superar a crise financeira. Parte do clero reage e começa a se organizar e como resposta a Assembléia decreta a Constituição Civil do Clero; isto é, o clero passa a ser funcionário do Estado, e qualquer gesto de rebeldia levaria a prisão. A situação estava muito confusa. A Assembléia não conseguia manter a disciplina e controlar o caos econômico. O Rei entra em contato com os emigrados no exterior (principalmente na Prússia e na Áustria) e começam a conspirar para invadir a França, derrubar o governo revolucionário e restaurar o absolutismo. Para organizar a contra-revolução, o monarca foge da França para a Prússia, mas no caminho e reconhecido por camponeses, é preso e enviado à Paris. Na capital, os setores mais moderados da Assembléia conseguiram que o Rei permanecesse em seu posto. A partir daí uma grande agitação tem início, pois seria votada e aprovada a Constituição de 1791. Esta constituição estabelecia, na França, a Monarquia Parlamentar, ou seja, o Rei ficaria limitado pela atuação do poder legislativo (Parlamento).
Neste poder legislativo era escolhido através do voto censitário e isso equivalia dizer que o poder continuava nas mãos de uma minoria, de uma parte privilegiada da burguesia. Resumindo, o que temos é uma Monarquia Parlamentar dominada pela alta burguesia e pela aristocracia liberal, liderada, por exemplo, pelo famoso La Fayette. É o total afastamento do povo francês que continuava sem poder de decisão. No recinto da Assembléia, sentava-se à esquerda o partido liderado por Robespierre, que se aproximava do povo: eram os Jacobinos ou Montanheses (assim chamados por se sentarem nas partes mais altas da Assembléia); ao lado, um pequeno grupo ligado aos Jacobinos, chamados Cordeliers, onde apareceram nomes como Marat, Danton, Hebert e outros; no centro, sentavam-se os constitucionalistas, defensores da alta burguesia e a nobreza liberal, grupo que mais tarde ficará conhecido pelo nome de planícieà direita, ficava um grupo que mais tarde ficará conhecido como Girondinos, defensores dos interesses da burguesia francesa e quetemiam a radicalização da revolução; na extrema direita, encontram-se alguns remanecentes da aristocracia que ainda não emigrara, conhecidos por aristocratas, que pretendiam a restauração do poder absoluto.
Esta fase terminou com a radicalização do movimento revolucionário depois que Robespierre e seus seguidores agiram incitando à população a pegarem em armas e lutarem contra a Assembléia e as forças conservadoras.


2ª. Fase da Revolução: A Convenção Nacional – 1792-1794/95


Foi a fase considerada mais radical do movimento revolucionário porque foi a etapa em que os Jacobinos, liderados por Robespierre, assumiram o comando da revolução. Portanto, foi a etapa mais popular do movimento já que os Jacobinos eram representantes políticos das classes populares. Para alguns historiadores, esta etapa não predominou a ideologia burguesa, já que a burguesia não conduzia a revolução neste período. Porém, antes da queda da Monarquia Parlamentar, a burguesia chegou a proclamar uma República – a República Girondina em setembro de 1792. A república foi proclamada como um mecanismo de assegurar a burguesia seus interesses, projetos, no poder político do Estado. Como as tensões estavam exaltadas, a alta burguesia francesa decidiu tirar todo o poder político do rei Luis-XVI e transferi-lo para si (a burguesia). Desta forma caía a Monarquia na França. Em 1792, a Assembléia Legislativa aprovou uma declaração de guerra contra a Áustria. É interessante salientar que a burguesia e a aristocracia queriam a guerra por motivos diferentes. Enquanto para a burguesia a guerra seria breve e vitoriosa, para o rei e a aristocracia seria a esperança de retorno ao velho regime. Palavras de Luís XVI: "Em lugar de uma guerra civil, esta será uma guerra política" e da rainha Maria Antonieta: "Os imbecis [referia-se a burguesia]! Não vêem que nos servem". Portanto, o rei e a aristocracia não vacilaram em trair a França revolucionária. Luís XVI e Maria Antonieta foram presos, acusados de traição ao país por colaborarem com os invasores. Verdun, última defesa de Paris, foi sitiada pelos prussianos. O povo, chamado a defender a revolução, saiu às ruas e massacrou muitos partidários do Antigo Regime. Sob o comando de Danton,Robespierre e Marat, foram distribuídas armas ao povo e foi organizada a Comuna Insurrecional de Paris. As palavras de Danton ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse ele: "Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e então a França estará salva". Em  21 de Janeiro do ano seguinte, 1793, Luis-XVI foi condenado e guilhotinado na “praça da revolução” – atual Praça da Concórdia situada na avenida Champs-Élysées, em Paris – uma vez que os Jacobinos já haviam assumido a liderança do movimento revolucionário. A rainha Maria Antonieta, foi decapitada no mesmo ano só que em setembro.
A República Girondina caiu e os Jacobinos assumiram a direção política do Estado proclamando uma nova República: a República Jacobina e com ela uma nova Constituiçãoa Constituição de 1793. Na Constituição Jacobina continham princípios que satisfazia a população porque garantia-lhe direitos e poder de decisão. Vejamos os mais importantes pontos da nova Constituição:
  • Voto Universal ou Sufrágio Universal -  Todos os cidadãos homens maiores de idade, votam.
  • Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo – estabeleceu um teto máximo para preços e salários.
  • Venda de bens públicos e dos emigrados para recompor as finanças públicas.
  • Reforma Agrária – confismo de terras da nobreza emigrada e da Igreja Católica, que foram divididas em lotes menorese vendida a preços baixos para os camponeses pobres que puderam pagar num prazo de até 10 anos.
  • Extinção da Escravidão Negra nas Colônias Francesas – que acabou por motivar a Revolução Haitiana em 1794 e que durou até 1804 quando no Haiti aboliu-se a escravidão.
  • Organização dos seguintes comitês: o Comitê de Salvação Pública, formado por nove (mais tarde doze) membros e encarregado do poder executivo, e o Comité de Segurança Pública, encarregado de descobrir os suspeitos de traição.
  • Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução e geralmente os condenavam à Guilhotina.
Ressalta-se que para que os Jacobinos pudessem alacançar o poder político do Estado e assumí-lo, teve que contar com um apoio fundamental: os sans-culottes. Os sans-culottes eram indivíduos populares – normalmente desempregados e assalariados, a plebe urbana – que eram identificados pelo frígio, ou barrete, vermelho que usavam sobre suas cabeças


Os sans-culottes acabaram por se tranformar em uma força motora da revolução. Isto é, como era formado por uma massa de indivíduos, graças as ações violentas dos mesmos que os Jacobinos, ligados a eles, chegaram ao poder. Definitivamente os sans-culottes tiveram um papel fundamental no processo revolcionário francês já que correspondiam as aspirações populares.




Porém, mesmo com o apoio dos sans-culottes e estando na direção política do Estado realizando determinadas reformas políticas e sociais significativas, os Jacobinos não duraram muito no poder devido ao que implantaram durante sua República – a Era do Terror. Robespierre, líder supremo dos Jacobinos, decidiu implantar a Era do Terror. Mas o que significou isso? Significou que era necessário agir de modo ditatorial para alcançar um governo democrático e assegurar as conquistas instituídas pelas reformas que se realizavam. Para tais fins teve que Robespierre impor o poder do Estado sobre a população e condenar todos os que eram considerados suspeitos de traição à Guilhotina. Foi o período em que a Guilhotina foi mais usada. Até mesmo líderes Jacobinos próximos a Robespierre, como Danton por exemplo, foram guilhotinados. O excesso de terror fez com que os Girondinos articulassem um Golpe de Estado – o golpe “9 do Termidor” – e derrubassem  com a República Jacobina, guilhotinando inclusive Robespierre. Iniciava-se a terceira fase revolucionária.


3ª. Fase da Revolução: o Diretório – 1795-1799 / A Era Napoleônica-1799-1815



Conhecido como Reação Termidoriana, o golpe de Estado armado pela alta burguesia financeira, que marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário, em compensação os estabelecimentos comerciais cresciam, porque as ações burguesas anteriores haviam eliminado os empecilhos feudais. O novo governo, denominado Diretório(1795-1799), autoritário e fundamentado numa aliança com o exército (então restabelecido após vitórias realizadas em guerras externas), foi o responsável por elaborar a nova Constituição, que manteria a burguesia livre de duas grandes ameaças: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime. O Poder Executivo foi concedito ao Diretório, e uma comissão formada por cinco diretores eleitos por cinco anos. Apesar disso, em 1796 a burguesia enfrentou a reação dos Jacobinos e radicais igualitaristas. Graco Babeuf liderou a chamada Conspiração dos Iguais, um movimento socialista que propunha a "comunidade dos bens e do trabalho", cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens, que segundo Graco, a única maneira de ser alcançada era através da abolição da propriedade privada. A revolta foi esmagada pelo Diretório, que decretou pena de morte a todos os participantes da conspiração, e o enforcamento Babeuf.
O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que com o Diretório não teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros. A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos Jacobinos, chegando até mesmo a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795.
Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse país, então sobre tutela inglesa. Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns generais fiéis, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico com o golpe de Estado conhecido por “18 de Brumário”. Com o golpe Napoleão foi adquirindo poderes políticos  até que em 6 de maio de 1804 foi consagrado Imperador com o título de Napoleão Bonaparte-I governando até 1814, quando caiu do poder e foi exilado. Durante seu governo Napoleão não só estendeu com as fronteiras francesas por meio de guerras, como realizou diversas reformas políticas e sociais, sempre em nome dos interesses burgueses, instituindo o código civil, reformando o sistema educacional e adotando o estilo artistico neo-clássico como modelo arquitetônico que servia de veículo de propaganda para as dimensões de seu poder político e para a alta burguesia em seu estilo de vida.