domingo, 31 de janeiro de 2010

28 - Curiosidade - Ventilador

O calor dos trópicos deve ter sido a maior motivação para a patente que Américo Cincinatto Lopes registrou no Rio de Janeiro, em 1883: um ventilador doméstico. De acordo com o livro A Vida Cotidiana no Brasil Nacional, editado pelo Centro de Memória da Eletricidade, da Eletrobrás, o registro de Lopes chegou seis anos antes do projeto de ventilador portátil que George Westinghouse desenvolveu nos Estados Unidos. Antes disso, o jeito mais comum de refrescar-se nas casas e ruas brasileiras era usando leques ou outros materiais para abanar. Ambientes muito grandes e fechados tornavam-se um problema para arquitetos. Quando construíram o Teatro da Paz, na capital do Pará, em 1868, os responsáveis tiveram de desenvolver um sistema de ventilação especial. Sem isso, seria impossível ver ou apresentar qualquer espetáculo no teatro cheio de gente em uma cidade tão quente quanto Belém. Assim, criou-se um ventilador manual que era movido sobre o forro. As saídas de ar foram localizadas embaixo das cadeiras. Também por causa do calor, os assentos não podiam ser de couro ou tecido e, por isso, foram feitos de palha.

27 - Curiosidade - Os 18 nomes de D. Pedro I

Dom Pedro I devia ter grande dificuldade em lembrar de seu nome completo, pois ele era composto por 18 palavras. O imperador se chamava Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Para o filho não ter o mesmo problema, dom Pedro II foi batizado com apenas 15, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

26 - Curiosidade - Nascer em Roma


Ser bebê em Roma não era nada fácil! Talvez fosse a etapa da vida mais difícil a vencer. O todo-poderoso pai da família era quem primeiro determinava o destino do recém-nascido: viver ou morrer?
Ao nascer, o bebê era colocado no chão. Se o pai reconhecesse o filho como seu, ele o tomava nos braços e o levantava para todo mundo ver. Isso queria dizer que o bebe estava salvo. Caso ficasse no chão, era abandonado ou morto. Isso significava que ele tinha algum defeito físico ou então que não podia ser educado pelos pais (quando eram muito pobres). Mas nem tudo estava perdido, pois a criança poderia ser educada por alguém menos pobre da família ou ser “aproveitada” por um mercador de escravos.
Os bebês em Roma eram tratados de forma muito severa e estranha.
Logo no primeiro mês, para que ficasse durinha, a criança era enfaixada dos pés ao pescoço (pernas e braços ficavam presos); no segundo mês, apenas o braço direito era liberado, só assim ela não viraria canhota. Diariamente o bebê recebia um banho de água fria para não ficar mole. Em seguida, recebia uma massagem no rosto e no corpo.
Aos três anos, a criança era separada de sua ama-de-leite (mulher que amamenta). Dissemos criança, mas, na verdade, nem isso ela era considerada. Só depois de de aprender a falar, comer e andar é que poderia ser considerada como tal. Recebia então um coração (podia ser uma bola), em ouro ou em coro, que era pendurado em seu pescoço. Dentro dele, uma espécie de figa ou amuleto, para afastar os maus espíritos.

25 - Curiosidade - Conto do vigário


Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

24 - Curiosidade - Calcanhar de Aquiles


De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.

23 - Curiosidade - Talheres

Facas, garfos e colheres utilizam um mecanismo tão simples que parecem terem sido inventados em um passado remoto. E foram. Mas seu uso só popularizou-se da maneira como utilizamos hoje durante o século 18. Ou seja, até bem pouco tempo atrás, os participantes de qualquer refeição (desde os almoços triviais até grandes banquetes) usavam as mãos para pegar a comida do prato. A falta de talheres influenciava também o cardápio nas mesas nobres. “Durante os séculos 18 e 19, as pessoas comuns comiam espaguete com as mãos. Quando o garfo foi inventado, massa virou comida para a realeza também, porque agora eles podiam comer sem perder a dignidade”, diz a americana Linda Stradley, especialista em culinária. Talvez tenha sido por isso que os italianos se interessaram logo por talhares. Já no século 16, eles eram os únicos na Europa que comiam com garfos e facas individuais. Na Inglaterra e França, as mesas só tinham duas ou três facas. Todos serviam-se da mesma travessa, usando as mãos. As sopas eram colocadas em uma mesma tigela, de onde bebiam duas, três ou mais pessoas. Talheres eram tão raros que apareciam em testamentos e garfos chegavam a ser malvistos pela Igreja. “Deus em sua sabedoria deu ao homem garfos naturais – seus dedos. Assim, é um insulto a Ele substituí-los por garfos de metal”, diziam os padres no século 18, segundo James Cross Giblin em From Hand to Mouth (Da Mão à Boca, sem versão em português). Apesar de ter aparecido mais cedo, guardanapos também estiveram de fora das refeições por muitos séculos. Até o ano 1400, mais ou menos, homens e mulheres assoavam o nariz ou limpavam a boca nas próprias mãos. As mesmas mãos que serviam da travessa coletiva.

22 - Curiosidade - Privadas

Privada de cristal

Pode parecer estranho, mas os maiores beneficiados com a invenção de privadas não foram aqueles com vontade de usar o toalete, mas os transeuntes das ruas das capitais. Antes de o utensílio ser inventado, homens e mulheres faziam suas necessidades em baldes e despejavam o conteúdo nas ruas. Em Paris, para alertar os que passavam, gritavam “Água vá!” antes de jogar fezes e urina pela janela. No Rio de Janeiro ou em Salvador, nem isso. Os nobres tinham lacaios ou escravos para segurar os urinóis e as latrinas. Mas muita gente virava-se como podia. Crianças, por exemplo, iam até a porta de casa e faziam xixi na rua, tranqüilamente. Em 1597, John Harington inventou o primeiro WC (water closet ou armário de água) de que se tem notícia: um assento de madeira, uma caixa-d’água e uma válvula de descarga. Ele instalou sua obra prima para a rainha Elizabeth I no palácio de Richmond. O aparelho era caro e a maioria das pessoas tinha de esperar pela fila em banheiros públicos. Na segunda metade do século 19, começaram a funcionar os sistemas de encanamento subterrâneos que permitiam o escoamento dos dejetos. “As galerias subterrâneas são os órgãos da cidade grande e vão trabalhar da mesma maneira que os órgãos humanos, mas sem serem reveladas”, teria dito o prefeito francês Georges-Eugène Haussmann em 1858.

21 - Curiosidade - Sujinha

Jane Seymour, terceira das seis mulheres com quem o rei Henrique VIII, da Inglaterra, se casou, morreu por falta de banho. Ela tinha fobia patológica de água e não deixou que suas criadas a banhassem depois que deu à luz o filho Eduardo VI. Pegou uma infecção e morreu em 12 dias, aos 28 anos. Henrique VIII encomendou para ela um funeral monumental, no Castelo de Windsor, onde anos depois ele também foi sepultado – Jane é a única das seis mulheres enterrada com o marido. Seu filho, Eduardo VI, foi coroado quando tinha 1 mês de idade e foi o primeiro monarca anglicano da Inglaterra. Morreu aos 16 anos.

20 - Curiosidade - Banho

O costume de banhos é a prova de que não são exatamente os tempos que determinam as tradições, mas o caráter de cada povo. Já no século 19 – enquanto os europeus fugiam da água como se ela fosse praga –, os banhos públicos eram um dos programas favoritos dos japoneses. Na Europa medieval, as casas tinham tinas com água e eram usadas para a limpeza de algumas partes do corpo. A idéia de banhar-se com freqüência era tão absurda que, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, ficou espantado ao ver que os índios entravam na água mais de dez vezes por dia. Até o século 19, acreditava-se na Europa que banhos facilitariam a entrada de germes, já a água quente dilatava os poros. Só no fim do século 18 é que os médicos começaram a recomendar que as pessoas se lavassem com maior freqüência. Mesmo assim, as recomendações restringiam-se a algumas partes do corpo, como as mãos e o rosto. As banheiras com escoamento de água chegaram às Américas por meio de Benjamin Franklin em 1790. Mas os banhos demoraram a tornar-se uma rotina. Quando a rainha Victoria chegou ao Palácio de Buckingham, em 1837, não havia banheira no lugar e até 1870 pouquíssimas casas dispunham do aparato.

19 - Curiosidade - Aniversário

A tradição de sempre festejar a data em que uma pessoa completa mais um ano de vida não é totalmente seguida no mundo. No Vietnã, por exemplo, tal comemoração não se dá na data específica do nascimento, mas na passagem do ano novo, de forma coletiva.

As festas de aniversário surgiram no Ocidente. Desde a Antiguidade, os romanos já comemoravam o dia do nascimento de uma pessoa, conhecido como "dies sollemnis natalis". Os tradicionais bolos de aniversário surgiram na civilização grega, quando os adoradores da deusa da fertilidade, Ártemis, passaram a oferecer em seu templo um preparado de mel e pão, no formato de uma lua.

As velas colocadas em cima do bolo também surgiram na época dos deuses antigos, pois as pessoas acreditavam que a fumaça das velas levava as preces dos fiéis até o céu, além de proteger o aniversariante de espíritos ruins e garantir sua proteção para o ano vindouro.

18 - Curiosidade - Os primeiros desodorantes

Ao estudarmos o processo de colonização das Américas, bem sabemos que os europeus acreditavam que os povos nativos estavam a léguas de distância da civilização do Velho Mundo. De fato, essa visão etnocêntrica acoberta vários saberes, costumes e outros hábitos que podem perfeitamente ir contra essa perspectiva. Entre tantos pontos, podemos salientar que os cuidados com higiene já mostrava uma discrepância no mínimo peculiar.
Quando alcançaram as terras brasileiras, os portugueses carregavam a terrível fedentina de quem passou várias semanas ao mar, mas nem por isso passou perto d’água. Para os nossos nativos essa seria uma situação estranha, haja vista que os tupis costumavam lavar o corpo mais de dez vezes em um mesmo dia. Da mesma forma, os indianos (que também estabeleceram contato com os portugueses) se valiam de pastas, tacos, sabões e pós para aplacar os cheiros do próprio corpo.
Na Antiguidade, os egípcios resolviam o mesmo problema com banhos frequentes que eram acompanhados pela ação adstringente de óleos, gorduras e sabões aromatizados. Por outro lado, os romanos tentavam tapear o mau cheiro com pequenas almofadas que eram colocadas junto às axilas. Já na Europa Moderna, os perfumes tentavam, mas nem sempre conseguiam, resolver eficazmente o desenvolvimento da sudorese.
Entre tantos cheiros e banhos, foi somente no século XIX que tivemos o aparecimento do primeiro desodorante da História. No ano de 1888, o desodorante norte-americano “Mum” (mamãe, em português) misturava um tipo de cera de óxido de zinco que tinha uma limitada ação antimicróbica. Alguns anos mais tarde, em 1903, o “EverDry” (“sempre seco”) foi o primeiro desodorante de solução aquosa que conseguia inibir a transpiração do corpo.


Já nessa fórmula, tínhamos a presença dos sais de alumínio que até hoje configuram a maioria dos desodorantes. Nos dias atuais, temos alguns tipos e marcas de desodorante que prometem atender o perfil específico de seus consumidores.

sábado, 30 de janeiro de 2010

17 - Ampulheta feita com garrafa pet


Montagem de uma ampulheta

Materiais:
  • 2 garrafas plásticas de refrigerante ou água ( 500 ou 600 ml de preferência) bem limpas e secas (uma delas com tampa);
  • sal ou areia fina ou farinha fina ou farinha de trigo;
  • fita adesiva
Montagem:
  • encha uma das garrafas com areia ou outra farinha;
  • tampe a garrafa e peça para um adulto fazer um pequeno furo na tampa;
  • cole uma garrafa na outra pelo gargalo;
  • ponha a garrafa cheia de areia virada para baixo e espere(se necessário aumente um pouco o furo, mas não muito).
Usando sua ampulheta:
  • vire a ampulheta para marcar o tempo da atividade que está sendo realizada;
  • registre quantas vezes, durante a atividade, a areia da ampulheta passou para a garrafa de baixo e então calcule o tempo.

16 - Dias da semana

Por volta do ano 100 a.C., acreditava-se que sete astros giravam em torno da Terra. Essa ordem determinou a denominação dos dias da semana para os romanos.
Os dias da semana, têm seus nomes na língua portuguesa devido à liturgia católica por iniciativa de Martinho de Dume, que denominava os dias da semana da Páscoa com dias santos em que não se deveria trabalhar, originando os nomes litúrgicos:


Português

Latim
Domingo
Dies domini
“dia do Senhor”

Segunda-feira
Dies Lunae
“dia da lua”

Terça-feira
Dies Martis
“dia de Marte”

Quarta-feira
Dies Mercuri
“dia de Mercúrio”

Quinta-feira
Dies Iovies
“dia de Júpiter”

Sexta-feira
Dies Veneris
“dia de Vênus”

Sábado
Dies Saturni
“dia de Saturno”

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

15 - Teoria da separação dos poderes

A Teoria da Separação dos Poderes (ou da Tripartição dos Poderes do Estado) é a teoria de ciência política desenvolvida por Montesquieu, no livro O Espírito das Leis (1748), que visou moderar o Poder do Estado dividindo-o em funções, e dando competências a órgãos diferentes do Estado. As idéias de Montesquieu partiram principalmente das teses lançadas por John Locke, ainda que implicitamente, cerca de cem anos antes. A idéia da existência de três poderes, outrossim, não é nova, remontando a Aristóteles, na obra Política.
No Espírito das Leis, Montesquieu, analisa as relações que as leis têm com a natureza e os princípios de cada governo, desenvolvendo a teoria de governo que alimenta as idéias do constitucionalismo. Neste, busca-se distribuir a autoridade por meios legais, de modo a evitar o arbítrio e a violência. Tais idéias se encaminham para a melhor definição da separação dos poderes, ainda hoje uma das pedras angulares do exercício do poder democrático. Montesquieu admirava a Constituição inglesa, mesmo sem compreendê-la completamente, e descreveu cuidadosamente a separação dos poderes em Executivo, Judiciário e Legislativo, trabalho que influenciou os elaboradores da Constituição dos Estados Unidos. O Executivo seria exercido por um rei, com direito de veto sobre as decisões do parlamento. O poder legislativo, convocado pelo executivo, deveria ser separado em duas casas: o corpo dos comuns, composto pelos representantes do povo, e o corpo dos nobres, formado por nobres, hereditário e com a faculdade de impedir (vetar) as decisões do corpo dos comuns. Essas duas casas teriam assembléias e deliberações separadas, assim como interesses e opiniões independentes. Refletindo sobre o abuso do poder real, Montesquieu conclui que "só o poder freia o poder", no chamado "Sistema de Freios e Contrapesos" (Checks and balances), daí a necessidade de cada poder manter-se autônomo e constituído por pessoas e grupos diferentes.

14 - Segundo Reinado - Apogeu



Evolução política: O Parlamentarismo


  • Durante o Primeiro Reinado, não havia partidos políticos organizados. Estes começaram a se organizar no período regencial.
  • Os partidos Liberal e Conservador alternaram-se no poder durante quase todo o Segundo Reinado.
  • Não havia diferenças. profundas entre os programas dos dois partidos, pois ambos representavam os interesses da aristocracia rural escravista.
  • O parlamentarismo evoluiu gradualmente a partir da criação do cargo de presidente do Conselho de Ministros em 1847. O Brasil adotou o modelo político inglês mas com modificações devidas à existência do poder Moderador.

Economia e finanças

A agricultura: o café

  • A principal atividade econômica do Império foi a cafeicultura, que continuou a ocupar essa posição até a República. Além do café, foram explorados também a cana, o cacau, o algodão, a borracha, etc.
  • O café começou a ter importância na economia brasileira durante o século XIX, quando as plantações atingiram o Vale do Paraíba. As exportações de café para o exterior cresceram rapidamente.
  • O progresso da cafeicultura no Vale do Paraíba deveu-se à fertilidade da terra, bem como às condições favoráveis de clima e relevo.
  • O café deu origem a uma sociedade patriarcal, latifundiária e escravista.
  • Os barões do café dominaram a política do Segundo Reinado e dos primeiros 30 anos da República.
  • Os imigrantes estrangeiros substituíram os escravos nos trabalhos da lavoura cafeeira, nas regiões novas da Província de São Paulo. No Vale do Paraíba, os prejuízos foram maiores por não ter sido feita a substituição dos escravos por trabalhadores livres.
  • Fatores da decadência da cafeicultura no Vale do Paraíba: esgotamento das terras, preços baixos do produto no exterior, abolição, baixo rendimento e maior custo do trabalho escravo.
  • O café influiu na vida política, econômica e social do Império; o progresso nos transportes e comunicações naquele período também se deveu à cafeicultura.

Indústria e finanças~ Mauá

  • O sistema colonial não permitia qualquer desenvolvimento industrial; mesmo com as medidas liberalizantes tomadas por Dom João, os produtos brasileiros não poderiam concorrer com os ingleses, de boa qualidade e preços baixos.
  • Fatores que dificultavam o progresso industrial no Brasil: falta de energia, precariedade de transportes e comunicações, concorrência inglesa, falta de mercados, ausência de tradição industrial, .insuficiência de capitais e não existência de siderurgia.
  • Fatores favoráveis à industrialização: numerosa mão-de-obra disponível antes da abolição, existência de grandes fontes de matérias-primas.
  • O Com a abolição do tráfico, os capitais nele empregados foram aplicados no setor industrial.
  • De 1850 a 1860, houve inflação e crises financeiras, que se estenderam até 1864. Para enfrentar a Guerra do Paraguai, o governo teve de apelar para empréstimos no exterior e emissões de moeda. Depois da guerra, a situação melhorou.
  • Mauá foi o pioneiro da nossa indústria; desempenhou importante papel também no desenvolvimento dos transportes e das comunicações.

3 . Transportes e comunicações


  • No período colonial, os transportes entre os núcleos urbanos apresentavam muitas dificuldades: a barreira da Serra do Mar, a extensão da costa, a vastidão do interior, inexistência de rios caudalosos correndo do interior para o litoral, existência de poucos núcleos de importância no interior.
  • Ferrovias: surgiram durante o Segundo Reinado, financiadas com capitais ingleses.
  • A primeira ferrovia, do litoral à raiz da Serra de Petrópolis, foi seguida de outras: na Bahia, Pernambuco, São Paulo e Paraná.
  • Rodovias: a União e Indústria, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora, foi a primeira rodovia pavimentada. Outra importante foi a Estrada da Graciosa, em Santa Catarina.
  • Navegação fluvial: foi importante o papel de Mauá no setor, com a criação da Companhia Navegação e Comércio do Amazonas. Navios a vapor ligavam portos litorâneos e as bacias Amazônica, Platina e do São Francisco.
  • Transportes urbanos: Mauá introduziu os primeiros bondes movidos a tração animal no Rio de Janeiro, pertencentes à Companhia Fluminense de Transportes.
  • Correios e telégrafos: os correios, existentes desde os tempos de Dom João, tiveram seus serviços ampliados no Segundo Reinado. Foi lançado, por iniciativa de Mauá, o primeiro cabo telegráfico submarino entre o Brasil e a Europa.

4. A escravidão: da cessação do tráfico à abolição gradual


  • O trabalho escravo sustentou a economia colonial.
  • Embora existissem idéias abolicionistas desde o período colonial, só no fim do período imperial surgiram condições econômicas, sociais e políticas favoráveis a abolição.
  • extinção do tráfico teve na Inglaterra a maior defensora.
  • No governo de Feijó, foi promulgada uma lei tornando ilegal o tráfico. Mas essa lei não foi acatada.
  • Pelo Bill Aberdeen, de 1845, a Inglaterra atribuía-se o direito de mandar aprisionar navios negreiros mesmo nas águas territoriais do Brasil e julgar os traficantes em tribunais ingleses.
  • Sob a pressão inglesa, em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico definitivamente, cortando as fontes africanas de suprimentos de escravos.
  • Depois da extinção do tráfico, várias leis abolicionistas foram promulgadas:

Lei Rio Branco, ou Lei do Ventre Livre: os filhos de escravas nascidos de 1871 em diante foram declarados livres.

Lei Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários: declarava livres os escravos que completassem sessenta e cinco anos (1885).

Lei Áurea, de 13 de maio de 1888: extinguiu a escravidão no Brasil.

Imigração, colonização e trabalho assalariado

  • Com o fim do tráfico negreiro, surgiram crises no setor de mão-de-obra nas áreas tradicionais, como o Vale do Paraíba; porém, alguns fazendeiros, mesmo antes da abolição da escravatura, já estavam se utilizando de trabalhadores imigrantes livres em suas propriedades, particularmente na zona oeste da Província de São Paulo.
  • Os primeiros imigrantes encontraram muitas dificuldades no Brasil. O sistema de parceria não deu bons resultados.
  • A vinda de colonos italianos resolveu grande parte dos problemas de mão-de-obra nas fazendas de café.
  • Os imigrantes deram importantes contribuições para a cultura brasileira.

5 . A cultura no Império

Religião

  • A religião católica era a religião oficial do Império, de acordo com a Constituição de 1 824. As outras religiões eram toleradas, com certas restrições.
  • Houve atritos entre a Igreja e o Trono, sendo o principal deles a Questão Religiosa de 1872.

Ensino

Faculdade de Direito de Olinda

  • No Brasil-Colônia, a Companhia de Jesus foi praticamente a única instituição dedicada ao ensino no Brasil.
  • A expulsão dos jesuítas trouxe prejuízos para o desenvolvimento do ensino.
  • O Seminário de Olinda, fundado em 1800, adotou em seu currículo disciplinas como História, Matemática, Desenho, Física, etc.
  • Com a vinda de Dom João, foram criadas Novas escolas como a de Medicina e cirurgia, academias militares, e outras.
  • No Primeiro Reinado, foram fundados os primeiros cursos superiores no Brasil: as Faculdades de Direito de Olinda, em Pernambuco, e de São Paulo (1827).
  • No Segundo Reinado, foram fundadas escolas de diferentes graus e conteúdo de ensino em todo o Brasil: Escolas Normais, de Agricultura, de Minas.
  • O Colégio Pedro lI, que fora fundado durante a regência, era o colégio- padrão do Brasil.
  • A multiplicação das escolas não resolveu o problema do analfabetismo, que era assustador durante o Império.

Ciências

  • Durante o Império, destacaram-se matemáticos (como Cristiano Benedito Otoni), naturalistas (como Ladislau Neto), etnógrafos (como Couto de Magalhães), médicos (como José Maria do Amaral), historiadores (como João Capistrano de Abreu).

Letras

  • Apenas no século XIX, surgiu uma literatura brasileira, cujo início coincidiu com o aparecimento do Romantismo.
  • Tiveram destaque poetas como Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varei a, Castro Alves, prosadores como Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida e Alfredo D'Escragnol1e Taunay.
  • Foram escritores naturalistas Aluísio Azevedo e Raul Pompéia.
  • Machado de Assis é considerado o maior prosador brasileiro.
  • Poetas parnasianos foram Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.
  • João da Cruz e Sousa introduziu o Simbolismo no Brasil.
Castro Alves
Artes

  • Destacaram-se, durante o Império, escultores (como Rodolfo Bernardelli), pintores (como Pedro Américo, Vitor Meireles e Almeida Júnior).
  • Na música, o maior destaque coube a Carlos Gomes. Francisco Manuel da Silva foi o compositor da música do Hino Nacional Brasileiro.
Pintura de Pedro Amério

13 - O SEGUNDO REINADO: CONSOLIDAÇÃO

1. A dissolução da Câmara

  • Com a antecipação da maioridade, os liberais subiram ao poder.
  • Em março de 1841; novamente os conservadores assumem o governo.
  • Os liberais contavam com a maioria na Assembléia que ia ser instalada em 1842, mas o governo a dissolveu em 1.0 de maio. Foi essa a razão das revoltas liberais de São Paulo e Minas Gerais em 1842.

2 . As revoluções liberais

Padre Antonio Diogo Feijó

  • Em São Paulo, a revolta liberal contou com a participação de Rafael Tobias de Aguiar e do Padre Feijó.
  • Sorocaba foi a sede do governo revolucionário e Tobias de Aguiar foi aclamado presidente da Província de São Paulo.
  • O movimento foi dominado pelas tropas de Caxias.
  • Em Minas Gerais, a revolução teve início em Barbacena, e foi chefiada por Teófilo Otoni.
  • Na Batalha de Santa Luzia,. os revoltosos foram derrotados.

3 . O fim da Guerra dos Farrapos

  • A Guerra durava desde a regência de Feijó, fracassando inúmeras tentativas de pacificação por meio das tropas enviadas pelo governo imperial.
  • Davi Canabarro recusou apoio que o ditador Rosas, da Argentina, lhe ofereceu·· contra as forças do Império.
  • Caxias assumiu o comando das tropas imperiais, e conseguiu inúmeras vitórias (Poncho Verde, Piratini).
  • Em 1845, os Revoltosos renderam-se.

A Praieira

  • Foi a última revolta interna contra o governo imperial. Foi também a de maior profundidade e participação popular.
  • Fatores da revolução: insatisfação dos liberais com o governo dos conservadores; repercussão das idéias das revoluções liberais que ocorreram na Europa em 1848; revolta contra o sistema latifundiário; idéias anti-portuguesas.
  • O Diário do Povo; editado na Rua da Praia, no Recife, teve importante participação na revolta.
  • Em 1848, os conservadores assumiram o poder em Pernambuco, causando a revolta, que foi chefiada por Pedro Ivo Veloso da Silveira.
  • Pedro Ivo tentou sem sucesso tomar Recife e conquistar a Paraíba. Foi preso, levado para o Rio de Janeiro, de onde fugiu, morrendo em viagem para a Europa.

Guerras contra Oribe, Rosas e Aguirre
Juan Manoel de Rosas

  • Fatores principais: interesses brasileiros com respeito à navegação no Prata; atitudes inamistosas dos blancos, que invadiam e saqueavam propriedades no Rio Grande do Sul; intromissão da Argentina na polítiica uruguaia.
  • Oribe, chefe blanco, auxiliado por Rosas, combatia o governo uruguaio.
  • O Brasil aliou-se ao governo uruguaio e a Justo José Urquiza, governador das províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes, para combater Oribe e Rosas.
  • Grenfell e Caxias obrigaram Oribe à rendição.
  • Na luta contra Rosas, a esquadra brasileira venceu a Batalha do Passo de Tonelero; as tropas venceram a Batalha de Monte Caseros. Derrotado, Rosas refugiou-se na legação inglesa de Buenos Aires, de onde seguiu para a Europa.
  • Continuavam as lutas políticas no Uruguai, onde foram hostilizados alguns brasileiros; além disso, os blancos continuavam a atacar o Rio Grande do Sul.
  • As reclamações brasileiras e as negociações diplomáticas entre o Brasil e o Uruguai não obtiveram êxito.
  • O Brasil deu um ultimato ao governo uruguaio, exigindo reparação dos danos. O ultimato também não foi considerado. Teve início a guerra.
  • Venâncio Flores, inimigo de Aguirre, juntou suas forças às tropas imperiais nas batalhas de Salto e Paissandu; os brasileiros venceram.
  • Tamandaré cercou Montevidéu por mar, terminando a guerra. Flores assumiu o poder no Uruguai.

6. Questão diplomática com a Inglaterra

  • Fatores: roubo da carga do navio Prince of Walles, que naufragou na costa do Rio Grande do Sul e a prisão dos oficiais ingleses que promoviam desordens no Rio de Janeiro.
  • O ministro inglês Christie exigiu indenização pela carga do navio e o pedido oficial de desculpas pelo governo pelo caso dos oficiais.
  • Não sendo atendido, o ministro mandou prender cinco navios mercantes brasileiros.
  • O rei da Bélgica foi árbitro da questão e deu ganho de causa ao Brasil.
  • A Inglaterra não apresentou desculpas ao governo brasileiro, o que provocou o rompimento de relações entre as duas nações (reatadas em 1865 em Uruguaiana).

7 . Guerra do Paraguai

  • O Paraguai se opôs à intervenção brasileira contra o governo de Aguirre, declarando, por isso, guerra ao Brasil.
  • O Paraguai tinha grande poderio militar, desenvolvido com objetivos defensivos. Solano Lopez pretendia também criar o Paraguai Maior.
  • A iniciativa da guerra foi tomada pelo Paraguai, que aprisionou o navio brasileiro Marquês de Olinda e invadiu o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Corrientes (Argentina).
  • A reação contra Lopez tomou impulso com a formação da Tríplice Aliança pelo Brasil, Argentina e Uruguai.
  • As forças aliadas, comandadas pelo General Mitre, venceram as batalhas de Riachuelo e Tuiuti; as tropas de Estigarríbia renderam-se em Uruguaiana. Aconteceu nessa fase da guerra a Retirada da Laguna.
  • Caxias reorganizou o exército, conseguindo vencer as batalhas de Tuiuti, Humaitá e os combates da Dezembrada: Itororó, Avaí, Lomas Valentinas e Angostura.
  • Em 5 de janeiro de 1869, Caxias entrou em Assunção, retirando-se da guerra pouco depois.
  • A fase final da Guerra do Paraguai foi comandada pelo Conde D'Eu, que conseguiu vencer os paraguaios nas batalhas de Peribebuí e Campo Grande.
  • Em 1.° de março de 1870, Lopez morreu, depois de cercado pelas tropas do General Câmara, terminando a guerra.

Resultados
  • O exército paraguaio foi destruído; o país, arrasado; passou a ser governado por um governo provisório que deu início à reconstrução nacional.
  • No Brasil, as idéias republicanas e abolicionistas tiveram desenvolvimento; o Império tornou-se a primeira potência da América do Sul.